quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

23:50

[gary barlow] greetings. este é meu décimo texto de hoje.

desnecessário dizer que estou exausto. e, se a qualidade do trabalho é inversamente proporcional ao nível de cansaço, existe uma alta probabilidade de que vocês estejam lendo uma porcaria.

se esse disclaimer não foi suficiente para você fechar a página ou ao menos abrir uma nova aba em seu navegador, segue outro: vou interromper brevemente os relatos de minha efervescente vida amorosa. escrevi este post com o único propósito de reclamar do trabalho.

pronto. agora que só eu estou lendo, vamos às palavras que importam. mais precisamente, à palavra que importa.

a palavra é "juvenil". e é para mim.

escrevendo sobre cinema, aprendi que uma crítica sutil é muito mais eficiente do que uma crítica grosseira. não imaginei que comprovaria a tese na prática. há alguns meses, ouvi de um chefe que meu texto tinha ficado uma bosta (sorry, ladies). hoje, ouvi de outro que eu havia escrito uma frase juvenil.

posso dizer que a segunda crítica é muito pior. quando alguém te diz que seu trabalho é uma bosta, a reação natural é discordar (ainda que mentalmente) e procurar razões para reerguer sua autoestima. afinal, você sabe que não é uma bosta.

quando alguém o chama de juvenil, porém, é provável que você concorde. principalmente de manhã, quando o o amor próprio ainda não acordou, mas a autocrítica continua em vigília. principalmente se você for jovem. e se tiver motivos para acreditar que o dia pode ser pior.

o texto juvenil foi o primeiro de nove, entre redação e edição. três vezes minha carga de trabalho usual. great start.

a palavra me assombrou durante todo o expediente. ou quase todo. lá pelo quinto texto, me dei conta que estava sendo juvenil. poucos hábitos são tão estúpidos quanto o de condicionar sua autoestima aos elogios alheios.

aí passei a escrever para mim, como estou escrevendo agora. pode ter ficado juvenil. mas foi o bastante para dar conta do dia e embarcar no próximo.

era necessário. um juvenil não amadurece de um dia para o outro.

2 comentários:

tippi hedren disse...

se alguém me diz que meu texto é uma bosta, eu acredito. e esta, meu caro barlow, é a principal diferença entre nós.

gary barlow disse...

talvez eu devesse acreditar.