sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

19:58

[gary barlow] na redação, quinta-feira é um dia de muito trabalho e muita espera. depois de entregar os textos do dia, resta aguardar até que eles sejam aprovados. é um processo tedioso e demorado. o desafio é inventar coisas para fazer.

ontem eu e a garota de óculos decidimos fazer uma maratona stalker: encontrar o maior número de perfis de ex-namorados(as) na internet no menor tempo possível.

sobre a garota de óculos, escrevo mais outro dia. por enquanto, é o bastante dizer que ela senta do meu lado e é, assim como tippi hedren, uma das poucas pessoas no trabalho com quem me sinto à vontade para falar de assuntos pessoais. e que ela tem um senso de humor parecido com o meu. ao menos o suficiente para embarcar na arqueologia amorosa digital.

tinha me esquecido do quanto eu era bom nisso. em menos de vinte minutos, achamos todos. consegui até o e-mail do primeiro namorado dela - embora ela jure que não vá mandar nada.

curioso foi perceber que não existe nenhuma relação entre a duração de um relacionamento e o tamanho da dor de cotovelo. comentávamos tranquilamente sobre namoros que duraram anos. mas a gente se doía só de olhar as fotos de outros, que acabaram em poucos meses.

não que os relacionamentos longos não deixem cicatrizes. ainda dói pensar na garota do colégio, que namorou comigo por cinco anos e me fez questionar, pela primeira vez, se eu era mesmo uma pessoa boa. (outro dia escrevo sobre isso. até hoje não sei a resposta.) mas não me incomodou nem um pouco ver que minha última namorada, a garota jornalista que ficou comigo por dois anos, está "em um relacionamento sério". com um ex que, segundo ela, "não tinha personalidade". match made in heaven, my dear.

o mais difícil foi ver as fotos daquela garota da faculdade, depois de sete anos. ela parece não ter mudado nada. as mesmas poses. as mesmas roupas. o mesmo sorriso capaz de me fazer largar tudo, mesmo sabendo que me arrependeria no instante seguinte.

ao contrário dela, eu acredito que mudei muito. mas não o bastante para o passado não me machucar.

5 comentários:

Paty disse...

Nossa, isso pra mim é quase proibido... Mesmo assim acabo caindo na tentação e indo nas páginas que não deveria pra descobrir as últimas.. (tippi, não me mate!)
O bom é perceber quando não machuca mais.. Mas quando machuca, é aquele arrependimento amargo de ter ido fuçar onde não devia.
"Ressaca moral" descreve bem isso tudo! Excelente tag e, claro, post! :)

gary barlow disse...

isso é um mal da nossa geração, imagino. quando basta um clique para invadir a vida alheia, é difícil que alguém pense duas vezes. nem dá tempo. quando você vê, já se machucou.

tudo bem que nesse caso era uma brincadeira, mas as brincadeiras também machucam. bem que a garota de óculos avisou.

Autor disse...

Eis que é segunda e o momento de ler os blogs que adoro (e vcs passaram a fazer parte da lista).
Eu tenho meu lado stalker, fuço na vida de ex mesmo, mas tenho tentado me podar. Depois de um acontecimento recente, fiz até algo drástico para mim: excluí das redes sociais, pois ainda os tinham lá.
Tá, eu sei, sou louco!

Tippi, bjos!
Gary, boa semana!
:-)

gary barlow disse...

excluir não basta, autor. se você fizer uma busca, ainda vai achá-los lá. falo com conhecimento de causa. :)

tippi hedren disse...

depois do tanto que eu sufri, nunca mais stalkeio.

beijos.