[gary barlow] ela: você vai escrever um post sobre isso?
eu: não. (não ia, mas você me deu a ideia.)
***
ela: você chegou aí faz muito tempo?
eu: não, cheguei agora há pouco. (há uns 20 minutos. mas não me importo.)
ela: a gente tem que pegar a fila, né? é aqui?
eu: não, acho que é lá. (estamos furando a fila do cinema, meu deus.)
ela: aqui?
eu: isso. (continuamos furando, mas menos. tudo bem, é só não olhar para trás.)
***
ela: eu sinto que você está um pouco acuado.
eu: acuado? (sim, claro.)
ela: sério, eu tenho a impressão de que eu deixo você acuado, por isso você fala tão pouco.
eu: eu sempre falo pouco. (ok, não tão pouco. mas é a reação natural de um homem tímido perto de uma mulher tão bonita.)
ela: você não tem cara de quem fala tão pouco assim.
eu: ah, eu me sinto um pouco acuado, sim. (um pouco mais que um pouco.)
ela: por quê?
eu: não sei como explicar. (preciso de cinco minutos para organizar meus pensamentos e falar algo coerente.)
***
eu: eu fico acuado porque eu quero te ver de novo. eu sei que não é bonito dizer isso, mas faz tempo que eu não saio com uma garota que eu tenha vontade mesmo de rever. (desaprendi a ter medo. é isso.)
ela: você é daqueles que falam que vão ligar para as meninas e não ligam, é?
eu: não, não. (mesmo quando não tenho vontade de ver de novo, eu ligo. o que não importa, porque não é o caso.)
ela: mas você não tem que se sentir acuado por causa disso. a gente pode se ver tal dia, ué.
eu: eu sei. (eu sei?)
9 comentários:
de repente o que era complicado fica muito simples e acha acaba achando que tem algo errado. e não tem, não tem! é só que tem gente que FALA as coisas num mundo de gente que se PROTEGE da vida! e eu amo essas pessoas da primeira categoria.
eu acho que estou nas duas categorias. ou em nenhuma.
Eu percebi, com o tempo, que tudo fica mais fácil se a gente para de participar daquele joguinho besta de relacionamentos com regras do tipo "não pode ligar antes de x dias" ou "tem que fingir que não está interessado ou ele vai desencanar de você". A vida ficou muito mais fácil e leve desse jeito.. E não, ainda não encontrei a pessoa certa, mas isso nem importa, pra ser bem sincera.
Eu leio o gary e me pergunto qual a idade dele.
Não sei se é porque sou naturalmente despachado e brincalhão e porque timidez não me seja comum, vejo como uma característica tão adolescente.
Entretanto, a forma como ele narra essa timidez acaba sendo um charme, um plus na personalidade da pessoa.
Eu acho bonitinho.
Boa sorte com a menina tão bonita!
:-)
Beijos pra tippi, pq sou desses que criam intimidade!
autor: acho que já passei (há algum tempo) por aquela idade em que os defeitos da adolescência se transformam em traços - ou falhas - de caráter. para mudar agora, mesmo que seja um pouco, só com muito freud. ou muito álcool. ou uma mulher.
paty: sempre quebro a regra de não ligar antes de x dias - não importa qual seja o valor de x.
Ler os comentários e a resposta do autor (não o meu, mas o do post) revela mais que o texto em si. E se assim for, Gary (gosto mais do Robbie, prontofalei), acho que Freud é um processo muito lento, o álcool é situacional em demasia, então só resta a mulher. Mas tem que ser A mulher.
Tippi, li o primeiro post desse blog e só assim fui entender o nome daqui (eu sou dessas bem lenta). :)
Que bonitinho tímido ainda!!!!
Timidez é um charme na medida certa, só não pode perder atitude....
Como o Autor fico me perguntando sua idade não pq acho que suas atitudes fossem de adolescentes, mais pq acho legal ver alguém desaprendendo a ter medo, me dá a receita??? rs
desaprender demora demais...
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