sexta-feira, 28 de maio de 2010

13:33

malditas as pessoas que conseguiam ficar batendo papo enquanto aquela mulher incrível cantava. ou melhor, cochichava. tudo nela era sussuro. até o jeito de olhar pra gente. e de pedir para que mudassem o volume do microfone. era um movimento suave do indicador. nenhuma palavra.

nunca pensei que veria chan marshall mandando beijo, fazendo coraçãozinho com as mãos e enxugando uma lágrima imaginária. eu ouvi sobre seu lado mais frágil, desencontrado e introspectivo, justamente o que ela mostra no palco.

e agora, para nosso espanto, ela parecia feliz. tenho medo de quem, subitamente, aparenta felicidade. é como a melhora repentina antes da morte ou a estranha alegria do suicida.

eu queria ouvir todas as canções que me marcaram e fizeram sentido. mas ela não veio aqui para mexer nas nossas lembranças, cutucar a nossa dor. veio para esquecer as suas lembranças, espantar a própria tristeza.

tudo bem, lute contra os fantasmas.

sorte que metal heart ficou, apesar da faxina. uma superação? um tributo? uma pista? jamais saberemos. ela, mesmo quando fala, não diz.

foi até o camarim e voltou com uma cesta de frutas e flores. nem roberto carlos se entrega tanto assim. pena que não fiquei nem com as pétalas. na falta de xícara, tenho a toalha que estava jogada no palco. nem usada foi.

ei, você. sim, você. muito obrigada. melhor presente de aniversário em anos.

4 comentários:

LiC disse...

Oi?!
É seu aniversário? Parabéns!!! Mta felicidade!!!
Legal poder assistir um show de quem a gnt gosta e conseguir sentir tudo isso, mas o q me pegou hj foi uma frase comparativa sua: "é como a melhora repentina antes da morte".
Falava sobre isso ontem com alguns amigos, no literal é a pior coisa q existe, é a falsa esperança do momento egoísta de todos.
Tô mto amarga hj. Então vou parar por aqui.

tippi hedren disse...

oi! tá chegando. é que ganhei presente antecipado. :D concordo com você. é o momento egoísta de todos nós.

oi, eu. sim, eu. disse...

eu tava ansioso pra ler esse post, na verdade. e nem era porque esperava agradecimentos. nao sou mais (qual) o menino do ônibus, eu não espero. faço por gosto, o gosto imenso de olhar para a face iluminada do espectador, ao invés da mais sutil cena na tela ou da mais espetacular cantora.

a vida, pra mim, é isso.

:)

tippi hedren disse...

ô pessoa linda. (caetaneei)