quarta-feira, 18 de agosto de 2010

21:22

o 44 não existe mais pra mim. o 44, no fim, não foi auspicioso, sabe garota? foi o que tinha de ser: a primeira coisa que apareceu. não a melhor, apenas a que existia no momento. a que se encaixava na vida que eu queria levar.

me agradava particularmente o fato de ele ser no centro e de eu ter uma varanda (que eu nunca usei de verdade).

(engraçado como praticamente abandonar a terapia me deixou mais lenta. agora, penso com dificuldade sobre o que eu senti. este post tá bem difícil de sair. ou talvez eu ainda me censure muito. ou seja só mania de jornalista, mesmo. alow, tippi, isso aqui é um blog pessoal, não uma reportagem.)

ok.

no 44, eu finalmente tive liberdade. quase todos os dias cheguei de madrugada. em boa parte desses dias eu estava bêbada. coisa libertadora, porque eu nunca consegui beber muito. medo do que aconteceria se a minha mãe percebesse o meu estado. alguns podem pensar que é ridículo sair de casa só pra poder voltar tarde e bebaça. saber como eram as coisas sem uma sensação permanente de culpa era tudo o que eu precisava.

foi legal finalmente não ser questionada sobre o horário em que eu dormia e acordava. mais legal ainda foi poder fumar maconha em casa. e ter o meu próprio maço de cigarros mentolados e de cravo. maço este que ficava jogado em qualquer lugar, nunca escondido.

mas aí as conversas legais com o roomie rarearam. apareceu um vão. fiquei com preguiça dele. acho que começou quando ele defendeu a abordagem de um programa escroto pseudojornalístico e justiceiro com as minorias deste mundo, sendo que ele mesmo não gosta de travesti nem "desses baianos que a gente vê no metrô, em qualquer lugar". e foi ficando grave com a louça sempre transbordando na pia, o banheiro permanentemente nojento, a caixa onde o gato faz cocô sempre suja.

e eu não sei falar as coisas. mania de ser sempre ok que me fode. fui deixando crescer e, pra evitar o conflito, me isolava com meus salgadinhos, chocolates, livros e dvds. bem adulta. só ficava no quarto ou fora do apartamento, pra não ter que lidar com o que me causava desconforto. acho que eu deveria ter tentado falar. teria sido importante no momento de dizer tchau, inclusive. mas... #fail.

6 comentários:

camilarhodes disse...

horrível parecer q tá alugando quarto e não apartamento, né? foda isso :/
mas q bom q já passou. por aqui tb passou, tô bem feliz com meu roomie :) (tô achando melhor morar com homi q com mulher, sei lá pq)
:****

tippi hedren disse...

é. foi só isso quase o tempo todo. ai, que legal que você tá feliz. acho que homem é melhor, desde que não venha com uma namorada mandona no pacote. mas eu só descobri que ela era assim no final. antes da parte ruim todo mundo é muito legal no meu mundo. :***

Patsy disse...

vai prá onde agora, carol? seja onde for, espero que encontre um parceiro(a) bem bacana para dividir a casa!!! Bjs e sorte nesta nova fase :)

tippi hedren disse...

é uma casa, agora. e tô em carreira solo. brigada, pétssi.

LiC disse...

Caramba! Saio por uns tempos, vc fica quieta e depois começa a escrever diferente. Minha amiga (q vc conhece) começa mais um novo blog e passa a agir diferente tb. Outros objetos do meu voyerismo ou estão parados ou deixaram de existir.
Acho q vou precisar criar vida nova para não ficar tão dependente do on line assim.

tippi hedren disse...

ai! diferente como? ainda sou eu, sério! minha mãe não veio aqui me substituir, não.